De acordo com o site Gay Middle East (http://www.gaymiddleeast.com/) os jovens Ayub e Mosleh não foram executados no dia 21 de janeiro, como previsto. Eles continuam presos na cidade de Urmia, no Kurdistão iraniano, após condenados ao apedrejamento pelos “crimes” de manter e filmar uma relação sexual entre eles e de “colar” os rostos do aiatolá Khamenei e do presidente Ahmadinejad em fotos pornográficas e de animais. A informação é atribuída a fontes iranianas que por óbvias razões se mantém no anonimato. Tal como no caso de Sakineh Ashtiani, condenada à mesma bárbara pena pelo “crime” de adultério, a sociedade internacional começa a se manifestar. O movimento LGBT no Oriente Médio já articulou uma comissão provisória para a defesa dos rapazes e diversas entidades e personalidades já se posicionaram contra a execução de Ayub e Mosleh. O porta-voz da Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, qualificou o possível apedrejamento como “deplorável”. A União Europeia está fazendo gestões em favor dos rapazes através do seu Escritório de Assuntos Externos. Organizações islâmicas ao redor do mundo também se manifestaram contra a execução dos dois jovens, entre elas o Conselho Muçulmano Britânico e a União Muçulmana Canadense. Aqui no Brasil, o Professor Luiz Mott, ativista do Grupo Gay da Bahia, pediu que a presidente Dilma Roussef intercedesse pelos dois rapazes. É importante chamar a atenção para o fato de que apenas no Irã existem hoje pessoas oficialmente condenadas a essa morte cruel e desumana aguardando a execução. Na Arábia Saudita, por exemplo, o último apedrejamento aconteceu em março de 2009 e não se tem notícias mais recentes sobre condenações. Na Somália e no Sudão, a primeira um Estado falido e o segundo em processo de secessão, a lapidação ocorre na maioria das vezes de forma não oficial. No Afeganistão a prática primitiva e selvagem está banida pelo governo, mas continua a acontecer nas áreas controladas pelo Talibã. Seguindo o padrão do caso Sakineh, os aiatolás iranianos lançam mão da tática da desinformação e divulgam que os dois rapazes foram condenados pelo estupro de um terceiro, assim como no caso dela levantaram a acusação de homicídio do próprio marido, crime cuja autoria já havia sido confessada por outra pessoa. Em ambos os casos as alegações mostram que o regime iraniano sabe que não dá para convencer ninguém no mundo civilizado de que as mulheres adúlteras e os homossexuais devem ser apedrejados. O que eles não esclarecem é que a “lei” vigente em seu país equipara uma relação homossexual consensual ao estupro e que os acusados às vezes são “julgados” em grupo. Em suma, na República Islâmica do Irã não existe nada que mesmo remotamente lembre o devido processo legal. Pior ainda, o ritmo das execuções naquele país vem se acelerando desde o final do ano passado: de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos foram mais de uma centena nos últimos trinta e cinco dias. Ajude a deter as mãos assassinas que apedrejam inocentes em nome do obscurantismo e da intolerância. Abaixo o link da petição eletrônica em favor de Ayub e Mosleh. Save the Life of Two Kurdish Young Men at Imminent Risk of Death by Stoning! http://www.gopetition.com/petition/42201.html

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